segunda-feira, 27 de junho de 2011
''Te escrevi cartões de aniversário e de natal que não enviei e você não leu. Te escrevi textos que você não leu, ou fingiu não ler. Te escrevi recados que você não respondeu. Pensei milhares de vezes em te ligar, só para poder ouvir a tua voz, saber se estava bem, mas faltou-me coragem. Eu sei, é errado eu continuar me importando com alguém que não faz o mesmo por mim. Mas eu simplismente não resisto à mim mesma, não resisto à ti e à todas as tuas personalidades. Esse teu cheiro, essa tua risada. Essa tua capacidade de me fazer bem, de me ouvir, de me entender. Te escrevi cartas de desabafos, como esta. Novamente, não as enviei. Meu orgulho não me deixa errar mais uma vez. Preciso aprender a viver sem você. Preciso muito. E vou aprendendo na marra, pois é assim que se faz para aprender coisas que você não gosta - ou não quer - aprender. Então, fico juntando uma caixa de coisas que gostaria de te dizer, só para me impedir de falar-lhe. E bem longe, fico eu. Desejando o teu bem; me alegrando com vitórias tuas. É isso que eu gostaria de te dizer. Por hora. Novamente uma carta que não será entregue. E que não será lida. Mas te cuida, te gosto muito. Com todo o meu amor, Matilda.''
JBW 23/05/11 09:57
domingo, 26 de junho de 2011
''Eu era tão livre. Até que um dia, um garoto me prendeu em sua gaiola. Não era ruim. Eu gostava de estar alí, de cantar pra ele, pois isso fazia-o sorrir. Ele fazia a sua parte também. Sempre me alimentava e até deixava a gaiola aberta para não me prender. Podia ser livre. Mas eu não queria. Até que com o passar do tempo, ele foi se cansando de mim. Sempre o mesmo canto, a mesma coloração. 'Isso cansa', ele me disse. E foi assim. Outros passarinhos começaram a se juntar à mim. Eu estava sobrando, e o lugar estava faltando espaço. Não tive outra alternativa e voei para longe. Olhei para trás com medo. E com saudades. Nossa, que saudades eu senti. Do alto, avistei uma gaiola desabitada, escondidinha. Resolvi visitá-la. Entrei sem permisão. Me desculpe, eu disse. Também gostava de ficar nela. Parecia-me tão familiar. O garoto, dono dessa nova gaiola, deixou-me ficar ali. Na verdade, fui entrando aos poucos, para não causar-lhe espanto. Continuo nessa gaiola (ainda) desabitada. Eu era, um passarinho sem ninho. Um passarinho dentro de uma gaiola nova e com uma gaiola abarrotada dentro de si.''
JBW 26/06/2011 17:05
domingo, 12 de junho de 2011
''Procurei me esconder atrás de uma árvore, atrás de um carro. Não estava dando certo. Comecei então, me esconder atrás de pessoas. Funcionou muito. Aliás, ainda funciona. As pessoas têm a mania de querer aparecer mais do que todo mundo, então, procurar se esconder atrás delas se torna fácil. Você fica camuflada em meio a tanto egoísmo. É bom ficar camuflada de todos. Mas com o tempo, eu fui percebendo que eu não estava me escondendo dos outros. Eu apenas me escondia de mim mesma. E me escondi tanto, que às vezes acho difícil de me encontrar. Procurei, procurei e procurei. Aonde foi que eu me escondi? Desculpa, eu me perdi.''
JBW 12/06/2011 19:55
sábado, 4 de junho de 2011
''Há dias em que você simplismente acorda para chorar. Não que haja motivos para isso. Mas vai passando dias, e o choro dentro de você vai acumulando, vai brotando. Então as lágrimas começam a ficar pesadas. Não só nos olhos, mas dentro de você. E chora. Chorei por tudo o que vivi e o que não vivi. Chorei pelo antes, o depois e o agora. Chorei tanto que as pitangas do meu pé foram-se todas. Chorei-as todas. Chorei pelo dedão que eu bati na mesa quando eu tinha 5 anos. Chorei pelos doentes de alma. Chorei por mim, por você, por nós. Chorar é bom. Lava a alma por fora.''
JBW 04/06/2011 10:00
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