Infinito particular

''Estou a um ponto de colocar um anúncio no jornal: PRECISA-SE DE UMA PESSOA.
Não precisa ser bonita. Não precisa ser magra. Não precisa ser inteligente nem ter um corpo sarado. Só preciso de uma boa companhia que me faça sorrir por algumas horas e me faça um cafuné bem gostoso. Não precisa saber cozinhar, passar ou lavar. Mas saber ouvir uma boa música, gostar de abraços - desculpe-me, sou um tanto carente - e ter um bom papo. Que goste de contar piadas e de dizer palavras bonitas. Alguém que eu possa chamar de meu. Alguém para que eu possa dizer todos os dias: 'eu te amo'. Podendo ser um 'eu te amo' escandaloso, ou um 'eu te amo' sussurado ao pé do ouvido. Alguém para mexer no meu cabelo até eu dormir. Uma pessoa que me ligue de madrugada só para dizer que estava pensando em mim. Alguém que me mande uma mensagem toda vez que ouvir nossa música tocar na rádio. Alguém para tirar essa solidão ou até passar um tédio à dois. Alguém que não ligue se em vez de sair para as baladas, fique em casa assistindo um filme e comendo um pote de sorvete. Alguém que me ache linda mesmo quando descabelada e não produzida. Ou até mesmo com um blusão velho e rasgado, de meia e chinelo. Não estou sendo exigente. Pode até ter defeitos, eu não ligo. Só preciso de alguém para preencher essa minha parte vazia.''



JBW   26/03/11    22:24